Capitulos

Prólogo Califórnia, Klinford

OUTUBRO de 2001.
Era aproximadamente 02h45min da manhã, quando Robert Dragomir acordou com gritos vindos de fora de sua mansão. Ele se levantou apressado foi ate a janela de seu quarto, a cena que viu o chocou. Dragomirs e Fallens lutavam uns contra os outros. A guerra havia começado.
Ele correu e acordou sua esposa Selene Abdday.
– Selene, meu amor acorde. ela acordou assustada com o olhar do marido.
–Robert, o que foi?-perguntou desnecessariamente, pois já sabia que o pior estava por vir. Ela mal fechou a boca e escutou os gritos que vinham de fora da mansão, pulou da cama e foi direto para a porta do quarto.
–O que vamos fazer Robert?- o rosto do marido se endureceu e ela entendeu tudo.
Robert desviou o rosto do olhar de Selene, e disse com uma voz fria e dura.
–Você sabia que este dia ia chegar mais cedo ou mais tarde. Vá até o quarto das meninas e acorde elas, arrume as coisas o mais rápido possível, somente o necessário. Depois as leve ate Victor, ele saberá o que fazer, peça a ele que seja discreto e que saia o mais rápido possível daqui. -Robert percebendo o silencio da esposa completou com uma voz amável. Não se preocupe elas ficarão bem, Victor é a pessoa mais confiável que conhecemos e, além disso, nós a visitaremos em breve.-Robert voltou a olhar no rosto de sua esposa e sorriu cheio de remorso, pois sabia que eles nunca mais voltariam a ver suas filhas.
Selene saiu correndo do quarto, deixando Robert sozinho com sua tristeza e raiva.
–Nunca terá um fim, não é mesmo?-Selene chorando murmurou para si.
Afinal de contas aquela guerra acontecia a mais de 700 anos, mas dessa vez seria diferente, pois os Dragomirs estavam em menor número e ainda por cima desprotegidos, enquanto os Fallens a cada ano ganhavam mais poder.


Uma hora depois, estavam todos reunidos na sala de estar, tanto os poucos Dragomirs quanto seus Guerreiros, discutindo táticas de guerra e preparando a fuga das duas crianças herdeiras da Sociedade Vampirica.
Roger Knight marido e guerreiro de Rosálie Dragomir estava inquieto, andava de um lado para o outro e não parava de olhar para a esposa assustada e para as duas pobres garotas dormindo no sofá.
–Quem pode estar liderando este maldito ataque?-esbravejou furioso- Onde esta o maldito conselho vampirico quando precisamos?!
Robert não respondeu a pergunta do amigo, mas imaginava quem poderia estar na frente daquele massacre, e isso o magoou profundamente.
–Chegou à hora Selene, entregue as meninas para Victor! Não temos muito tempo. -Robert falou angustiado.
Ela abraçou as suas filhas demoradamente.
–Mamãe promete estar sempre com vocês duas, em seus corações. -disse chorando.
Ela se levantou e foi em direção a Victor, olhou no fundo de seus olhos.
–Cuide de minhas meninas como se fosse seu bem mais precioso, lembre-se que Sophie e Stella são a ultima esperança para o mundo Vampirico. Serão elas que devolveram a luz a este mundo cheio de trevas. -falou entregando suas filhas aos cuidados de Victor Rashell, o guerreiro mais velho da família Dragomir.
–Sim my lady, prometo que darei minha vida pelas delas e quando chegar a hora voltarei trazendo-as para reinarem como lhes é de direito.- olhou ao falar para as meninas adormecidas em seus braços.
Selene pegou duas malas pretas de couro e entregou a Victor.
–Mais uma coisa, não fale com ninguém, se desligue completamente do mundo vampirico e o mais importante não conte a Sophie sobre Sebastian nunca, entendeu? Quando chegar à hora eles se reencontrarão. Dentro dessas malas tem tudo que você precisa para cuidar delas, aqui tem documentos falsos e dinheiro. Vá para o mundo humano e se misture ao cheiro deles, assim os Fallens nunca encontrarão vocês. Agora vá, antes que seja tarde demais.
Victor então pegou as duas malas junto com as garotinhas no colo e saiu pela porta dos fundos, correndo o mais rápido possível com sua força sobre-humana. Deixando dor e sofrimento para trás.
Robert abraçou a cintura de


Os Fallens acabaram vencendo os Dragomirs e com a vitória eles acharam que finalmente tinham acabado com a raça de puros-sangues e que iriam controlar a Sociedade Vampirica.
Porém com a comemoração da vitória eles se depararam com um corpo de uma mulher vampira ainda viva no chão, em frente à mansão respirando com muita dificuldade.
Um dos Fallens se aproximou da mulher com curiosidade, logo percebeu que se tratava de uma vampira guerreira Kleimer.
–Como você se chama guerreira?-perguntou o Fallen, virando a mulher para ver melhor o seu rosto. A mulher em resposta gemeu de agonia por causa de seus ferimentos de batalha.
–Selene Abdday. -respondeu por fim. O Fallen sorriu ao constatar que aquela mulher era a guerreira do Príncipe Dragomir.
–Como se mostrou bem educada vou acabar com seu sofrimento, sinta-se feliz, pois vai encontrar logo-logo seu querido marido no outro mundo.-riu ao concluir que a mulher não tinha mais muito tempo de vida já que seu companheiro de sangue havia morrido. Ele percebeu o brilho no olhar daquela guerreira e tremeu imaginando o porquê de tamanha audácia.
–O que você está escondendo guerreira?-perguntou enfiando sua espada na lateral do corpo dela. - Fale!

–Vocês nunca irão conseguir acabar com os puros-sangues seus vermes mestiços, dois Dragomirs sobreviveram e eles irão se vingar por toda a dor que vocês causaram a família puro-sangue Dragomir e enquanto existir um puro-sangue na terra nunca um Fallen subirá no poder.
O Fallen transtornado e cheio de raiva acabou com a vida da vampira. Sem saber o que fazer ele correu até seu líder e o informou que dois sangues-puros haviam sobrevivido.
– Mestre, o que faremos?-perguntou outro Fallen que ouvia a conversa atentamente.
–Eu direi o que nós faremos, nós a família de mestiços Fallen, fomos banidos da Sociedade Vampirica pelos malditos Dragomirs, agora nós deixaremos dois deles vivos? Não meus irmãos e irmãs, nós iremos localizar estes malditos puros-sangues e matá-los!!! Eu juro pela força das trevas que foram concedidas a mim, que nós FALLENS nos vingaremos e iremos assumir a Sociedade Vampirica que é nossa por direito, nem que isso leve mil anos!- gritou o líder dos Fallens. E todos os outros gritaram em coro.

Capítulo 1: Sonhos

10 anos depois...




Eu estava praticamente correndo junto com a minha irmã Stella para chegar á aula de biologia a tempo.
– Puxa você bem que podia ter me acordado mais cedo, hein Stella! – eu disse zangada. Afinal de contas esse era o nosso primeiro dia no colégio ErnestGroufts, era obrigação dela ter me acordado mais cedo, afinal de contas esse foi o nosso combinado ontem à noite.
–Euzinha?-Stella perguntou na maior cara de pau. -Toma tipo Sophie, a culpa é sua. Quem mandou você ficar lendo aqueles livros de romances idiotas até tarde da noite?-
Bom, eu tenho que admitir que livros de romanceera meu maior vício.
Era assim nosso relacionamento de irmã/melhor amiga.
Certa vez Victor, nosso tutor nos dissera que teríamos de tomar cuidado em perambular sozinhas à noite... Pois mesmo os Fallens (criaturas da noite, dizem que são fruto da união de vampiros malignos com anjos), não poderem entrar no mundo humano assim como qualquer outro vampiro, alguns deles conseguem passar pelas barreiras sem serem detectados pelos vampiros queas guardam. Victor nos explicou que foi assim que nós tivemos a sorte de vir pra cá. Tínhamos que fugir da guerra então ele conseguiu de alguma forma passar sem ser notado e assim como nós conseguimos passar outros vampiros, em especial os Fallens talvez consiga atravessar o bloqueio e entrar no mundo humano. Ele disse que ainda não estaríamos preparadas para lutar contra um Fallen, nem contra qualquer outro vampiro. Por isso teríamos que tomar muito cuidado. Eu e Stella decidimos esquecer essa historia de vampiros e tentar levar uma vida normal. Já que nossa família foi massacrada, não tínhamos mais ninguém, só Victor... Mas ele se foi, assim como o papai e a mamãe... E todos os outros. Então pensamos que talvez se a gente desse um tempo e esquecesse tudo isso,quando ficássemos mais velhas pensaríamos em controlar nossos poderes e voltaríamos para omundo vampirico,mas só quando estivéssemos adultas, pra ser mais sincera, quando estivéssemos maduras assim nos sentiríamos bem mais seguras sabendo que qualquer uma consegue se defender sozinha á um ataque.
O maior objetivo dos Fallens é ter o poder da Sociedade Vampirica em suas mãos para assim poder massacrar os vampiros.
Mas não é tão fácil esconder certas coisas. Nós os Dragomir temos poderes especiais de controlar os cinco elementos (água, ar, terra, fogo e espírito) além de terem outros poderes mediúnicos que só descobrimos depois de certa idade, a maioria consegue descobrir seu poder na faixa dos 16 anos. Eu por exemplo já consegui encontrar um poder mediúnico o de controlar os sentimentos de qualquer humano ou vampiro.
Stella ainda não descobriu algum poder que ela possa controlar. Mas em compensação ela adora usar e abusar do controle dos cinco elementos. Ainda bem que eu sempre estou por perto para ajudar, já que ela não consegue controlar muito bem eles. Acho que é porque ela ainda é muito jovem, eu, por exemplo, só consegui controlar os elementos ano passado. Ela tem apenas 16 anos, enquanto eu tenho 17.
Uma coisa no mundo vampirico que define se um vampiro é sangue-puro ou não são os olhos. Os sangues-puros são os únicos vampiros da terra que possuem os olhos de cores estranhas tipo (vermelho, lilás, amarelo, cinza, entre outros) os outros vampiros têm olhos de cores normais: azul, verde, castanho.
Eé claro que eu e Stella usamos lentes de contato já que nossos olhos são vermelhos sangue.
Victor morreua menos de dois anos tentando nos proteger de um ataque Fallen, mas eu prefiro não falar sobre isso.
Você de estar se perguntando: "quem é a família Dragomir"?
Bom, eu e Stella pertencemos a ela.
Nós Dragomirs somos intitulados puros-sangues por sermos uma das raças mais antiga e poderosa da Sociedade Vampirica, nossa raça quase foi extinta devido ao massacre que ocorreu há dez anos, no qual somente eu e Stella sobrevivemos com a ajuda de Victor.
Como eu já disse,os Dragomirs nascem com o dom de controlar os cinco elementos (ar, fogo, água, terra e espírito) e quando atingimos a adolescência ganhamos um tipo de poder mediúnico, o meu, por exemplo, é de controlar qualquer ser vivo, posso controlar suas emoções e seus atos.
Nós vampiros também possuímos grande beleza e isso às vezes nos ajuda a conseguir certas coisas no mundo humano.
Bem... Falando em Stella, você logo percebe que nós somos bem diferentes.
Eu faço o estilo rebelde que veste calça preta e bota de salto alto, enquanto Stella faz o estilo modelo de passarela, ela veste vestidos curtos, decotados e sandálias de salto alto.
Quanto à aparência, eu sou branca dos olhos vermelhos sangue (no mundo humano, uso uma lente na cor azul), meu cabelo é liso e preto bem comprido, tenho um metro e sessenta e oito de altura e sou bem mais curvilínea que minha irmã.
Já Stella tem um metro e sessenta e cinco de altura,é branca, seus olhos também são vermelhos sangue (no mundo humano usa lentes na cor verde)e tem cabelos compridos encaracolados e bem loiros.
Nós vampirosnascemos com uma tatuagem no nosso corpo simbolizando poder o e a sabedoria da família a qual você pertence. A minha tatuagem é na nuca e tem a cor azul marinho e a forma de três espirais, ela representa a independência que o elemento espírito tem sobre si.
A tatuagem de Stella fica nascostas, tem a cor vermelhae a forma de lindas chamas de formatos diferentes, ela representa poder que o elemento fogo exerce sobre as pessoas, a forma como ele pode ser benéfico,assim como pode serassustadoramente maléfico,o que não é o caso da minha irmãzinha.
Bem bobagem... Passamos correndo pela sala de biologia e literalmente estaquei ao ver o professor de biologia ensinando os alunos a dissecar um sapo.
Entrei rapidamente na mente dele e fiz com que não notasse eu e Stella entrando de fininho na sala de aula.
–Nossa maninha você não tem sorte mesmo hein? Logo no seu primeiro dia de aula você encontra um professor dissecando um sapo!-Stella sussurrou para mim enquanto meesforçava para irmos nos sentar nas carteiras do fundo que estavam desocupadas.
Ta, eu sei que você não está entendendo nada, então eu vou tentar te explicar. O negocio é o seguinte, eu odeio pessoas que pegam pobres animaizinhos para servirem de cobaias em experimentos científicos só para satisfazer a curiosidade humana.
Stella e eu nos sentamos eo professor nem sinal de ter percebido nossa presença na aula. Mas percebi os olhares dos alunos em mim e Stella, eles nos olhavam com certa perplexidade, dava pra escutar o som de seus batimentos cardíacos enquanto passávamos pelas carteiras deles. Esse é outra esquisitice de vampiro, nós escutamos vinte vezes mais que um humano comum. E caso você esteja se perguntando se nos queimamos no sol eu já vou falando que não, é mito puro. Mas a historia de bebermos sangue é totalmente verdade. Eu e Stella não matamos humanos, aprendemos a ser assim com nosso antigo tutor, mas sem sangue nós duas morreríamos, então eu aprendi a controlar meu poder de manipulação e assim nós começamos a pegar “emprestados” bolsas de sangue em hospitais particulares.
–Nossa, essa aula ta uma chatice e o pior é eu não vi nenhum gatinho até agora. –ela fez biquinho e eu ri da descrença dela. - Mas eu percebi os olhares dos alunos na gente, você também percebeu?- falou abaixando o tom de voz para nenhum curioso escutar o que estava falando para mim.
– Talvez todo mundo esteja nos olhando porque chegamos atrasadas na aula e o professor nem teve a dignidade de nos dirigir o olhar. - falei mais baixo ainda e Stella passou a mão em seu cabelo ainda estressada.
– Sophie pare imediatamente com isso!- falou dando um puxão em meu braço sutilmente para ninguém da sala perceber. - eu sei muito bem que você esta manipulando esse professor e isso não é legal, alem disso você vai se desgastar bastante. -falou séria e eu fui obrigada a rir da sua tentativa de transmitir seriedade.
– Tá Stella, mas se não fosse por mim nós duas estaríamos encrencadas. –disse olhando paraela e libertando o professor do meu controle.
–Que seja!-disse zangada. –Eu me pergunto por que nós vampiros não podemos ler a mente dos humanos? Seria tão mais fácil nos livrar de enrascadas com esse poder. – ela sussurrou para mim pensativa.
Segurei para não rir da cara dela, parecia uma criança que não entendia matemática, mas que não desistia de tentar aprendê-la.
Seu comentário me fez pensar, bom eu era uma manipuladora, mas nem por isso tinha acesso livre aos pensamentos humanos.
O único ser que eu sei que é capaz de ler a mente dos seres vivos são os anjos, ainda me pergunto se eles são mito dizem que eles podem ler não só sua mente, mas também poder ver sua aura, eu penso que assim deve ser mais fácil para eles detectar quem é bom e quem não é.
Olhei para Stella, ela estava concentrada olhando o professor explicar como se dissecava o tal sapo. Deixei minha mente vagar deixando somente meu corpo presente na sala de aula.
Lembrei-me do sonho que eu estava tendo há exatamente um mês.

*FLASH BACK ON*

O sonho sempre começava comigo em um campo cheio de flores silvestres, eu me sentia tão feliz que quando dei por mim já estava correndo e pulando por tudo o campo, eu mais parecia uma retardada que uma vampira.
Mas quando parei de correr me senti verdadeiramente só, olhei para os lados e pedi em pensamento para que alguém aparecesse para me fazer companhia, mas não qualquer pessoa, eu pedi que aparecesse uma pessoa que eu amasse de todo o meu coração, como Stella por exemplo.
Mas pouco adiantou, ninguém apareceu e eu quando dei por mim já estava em meio aos prantos.
Comecei a olhar as flores que dançavam conforme o vento mudava de direção, quando de repente ouvi uma voz.
–Por que você está chorando pequena Dragomir?-levei um susto e dei um passo para trás ao ouvir aquela voz que apareceu do nada.
Virei-me e olhei diretamente para o dono da voz misteriosa e quase arfei de tamanha a beleza que encontrei.
O que vi foi um homem lindo e forte, aparentava ter uns vinte e poucos anos de idade, era muito alto e tinha os olhos da cor azul marinho, seus cabelos eram de um preto tão bonito que chegava a brilhar conforme o vento batia, e para completar sua tatuagem no braço direito era igual a minha de espirais azuis na nuca.
Ele andou até mim e parou a pouco mais de um metro de distância.
–Você me chamou e aqui estou pequena Dragomir. –disseele com umavoz hipnotizante, eu nem me importei de imediato com o que ele disse, estava absorta demais em seus olhos azuis.
Ele olhou para mim com um misto de curiosidade e diversão, ele devia estar me achando à maior tapada do mundo por não conseguir lhe responder uma só palavra que prestasse.
Forcei minha voz emeus neurônios a funcionar para sair daquele transe.
–Me desculpe, mas não fui eu que te chamei. –falei soando como uma completa débil mental. –Quem é você?
Seus olhos brilharam de emoção assim que eu terminei de perguntar quem era ele.
–Eu sou seu Kleimer minha pequena. –disse dando um passo em minha direção.
–Um Kleimer? –perguntei confusa com aquelas palavra. Eu já havia ouvido falar do nome Kleimer, mas não me lembrava de seu significado. Quando dei por mim o homem já estava bem na minha frente, me olhando com certa perplexidade.
– Quer dizer que você não sabe quem eu sou? Nem o que eu represento para você?-perguntou angustiado, parecia que alguém tinha traído sua confiança.
Fiz que não com a cabeça, ele pegou minha mão e caminhamos pelo campo até chegar em uma enorme árvore, sentamos embaixo dela, bom na verdade eu me sentei em um canto e ele em outro bem distante de mim.
–Kleimer é o nome que se dá a um vampiro guardião que foi destinado a proteger um vampiro de sangue-real. Não é todo Kleimer que é destinado a um vampiro, você e sua irmã conheceram um Kleimer. –falou comuma expressão séria olhando nos meus olhos.
–Eu acho que você está enganado, porque o único vampiro com que eu e Stella convivemos nesses últimos dez anos foi meu antigo tutor Victor. – falei certa do que dizia e ele me encarou como se eu tivesse deixado escapar alguma coisa muito obvia, certo eu estava mesmo agindo como uma retardada é claro que Victor escondia alguma coisa de mim e Stella, mas eu não achei que fosse desse tipo.
–Victor era um guerreiro certo?-perguntei perplexa. Mas é claro que ele era um guardião afinal de contas ele sempre me protegeu e Stella também, sem nunca pedir nada em troca. – Victor era um Kleimer?
–Não, ele foi o único que não foi morto por causa do massacre que ocorreu com a família Dragomir. – não entendi bem o que ele quis dizer.-Deixa eu te explicar, quando um Kleimer é destinado a um vampiro de sangue real, sua alma e essência se ligam ao vampiro. Portanto se o vampiro de um Kleimer morrer, automaticamente o Kleimer morre. – disse pensativo e meu queixo praticamente caiu, como ele sabia o que eu estava pensando? Então ele seguiu novamente com a explicação:
–Os Kleimers podem ler a mente de seus vampiros, motivo pelo qual eu sabia que você não estava entendendo nada. – ele olhou para mim e depois voltou a olhar para o horizonte.
Tá legal, com essa revelação eu estive perto de gritar: “FOGO” e sair correndo.
Eu precisava saber se era mesmo verdade o que ele estava dizendo, precisava saber se ele podia mesmo ler minha mente, porque se era mesmo verdade eu estava na merda, eu fiquei secando o cara e imaginando o quanto ele era bonito e tal, agora ele vem com essa para cima de mim e...
– Calma aí pequena Dragomir, eu não sou o tipo de pessoa que fica invadindo os pensamentos olhe, na maioria das vezes vou ignorá-los. –disse simplesmente e minha cara foi ao chão, putz então era verdade mesmo, ele podia ler minha mente.
– Você pode ler só a minha mente né? –ele se virou para poder olhar nos meus olhos e balançou a cabeça concordando. –E eu vou poder ler a sua mente?
– Mas é claro, se você se concentrar bastante conseguirá. –falou confiante e não sei por que, mas de certo modosenti confiançanas palavras dele.
Olhei diretamente para ele e me concentrei. Ah que mal poderia fazer tentar entrar na mente de um desconhecido que dizia ser meu... Qual é mesmo o nome? KLEIMER! É esse o nome, então que mal poderia fazer?
Alguns minutos que pareceram horas para mim se passaram e algo inexplicável aconteceu. Eu me vi dentro de seus pensamentos, dentro dos pensamentos daquele cara que parecia mais um tipo de deus do que um vampiro.
–E então, acredita em mim agora? Acredita que eu sou seu Kleimer?-Ele perguntou.
–S... Sim- gaguejei perplexa com a revelação de que aquele cara era mesmo o meu Kleimer, ou seja, lá que nome for.
–Mas se você é mesmo meu Kleimer quer dizer que você existe na vida real certo?-perguntei me achando a maior tapada por perguntar aquilo. E ele riu da minha pergunta imbecil.
–Sim, eu existo na vida real, se é que se pode chamar aquilo de vida!-falou olhando diretamente nos meus olhos e eu tive a impressão que ele já passou por muito sofrimento.
–A onde está seu corpo então? Em que lugar exatamente? Talvez nós possamos nos encontrar em algum lugar para conversarmos e também para eu saber mais sobre essa historia de Kleimers e tal. – não era de o meu feitio marcar encontros com caras que eu via em meus sonhos, mas aquele homem me intrigava, ele sabia de coisas que eu nem sequer sonhava que existia e isso não era justo, eu precisava saber mais sobre a minha própria espécie, precisava saber mais sobre mim mesma.
–Meu corpo esta na Sociedade Vampirica, mas minha alma está aqui com você. Receio que não seja possível nos encontrarmos por enquanto no mundo humano. – disse meio soturno. Aquilo me magoou, não sei por que, mas me magoou, eu queria me encontrar com ele, queria saber mais, aprender mais e talvez, mas só talvez queria ficar perto dele.
–Mas por que não? – perguntei parecendo uma criança mimada que batia o pé e dava birra quando não conseguia o que queria.
–Hummm... Digamos que tenho alguns empecilhos agora. Mas eu prometo que logo nos encontraremos. – não foi o que eu esperava ouvir, mas tudo bem, melhor do que não ter encontro nenhum com aquele cara.
–Victor nunca te falou sobre os Kleimers? –perguntou depois de um silêncio desconfortável.
– Não, na verdade ele sempre falava não só para mim, mas para Stella também que o mundo vampirico não era um lugar muito bom. – o que eu não falei para ele foi que Victor odiava a Sociedade Vampirica, ele simplesmente a detestava, falava que a Sociedade Vampirica era a única responsável pelo massacre que aconteceu com aos Dragomirs, o que me fez lembrar uma coisa.
–Se Victor um Kleimer então quem era?-perguntei intrigada, eu não me lembrava de ter conhecido nenhum outro vampiro além de Victor.
–Era a sua mãe- respondeu pesaroso. –Sua mãe foi uma grande Kleimer, ela deu sua vida pela segurança de você e de sua irmã.
Olhei para ele com os olhos cheios de lagrimas e com um estranho bolo na garganta. Na minha vida inteira eu evitava falar na minha mãe. A verdade era que eu sentia tanta falta dela que às vezes chegava a doer, era tão injusto eu nem sequer me lembrava do rosto de minha mãe e Stella muito menos, mas às vezes, muito de vez em quando, quando eu estava dormindo,sentia a presença dela me observando e cuidando de mim e Stella.
–Entendo... –eu olhei para ele e soube imediatamente que estava lendo meus pensamentos, bem se ele não estivesse lendo não iria fazer a menos diferença, pois meu sofrimento estava estampado no meu rosto. –Primeiro antes de qualquer coisa... -Ele disse tentado mudar de assunto. –Deixa eu me apresentar formalmente, eu me chamo Sebastian Rashell, mas pode me chamar apenas de Sebastian.
–Certo Sebastian, o que você quer me contar?-perguntei um pouco mais animada.
–O que você quiser saber. –respondeu dando um sorrisinho que me deixou corada.
–Tudo, tudo que você puder me contar, eu quero saber! –respondi super animada e ele riu novamente.





Continua...








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